terça-feira, 15 de junho de 2010

Insetos Interiores


"Notas de um observador:

Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.

Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.

Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.

A futilidade encarrega se de 'mais tralos'.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa:
A família.

São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, 'infertebrados'.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e na soma dos desagravos, greves e desapegos,
esquecem-se de si.
Pontuam-se.

A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.
Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: 'O que é mesmo que se passa?'

Um certo estado de humilhação conformada parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência.
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
descompromissados com o próprio rumo,
desprovidos de caráter e coragem,
desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.

Assim são os insetos interiores."

(O Teatro Mágico - Composição: Fernando Anitelli)

Ondas, nossa parte.






Certa vez me foi dito, não me lembro se pessoalmente ou coletivamente, mas acabei acreditando que alguma coisa poderia ser feita, e continuo acreditando.

Não se é especificado o quê, mas está claro que é possível, e se todos nós buscarmos, será fácil encontrar. Não está implícito a ninguém que pense. Você pensa?

Me foi creditado como pensamento que nossas atitudes podem ser como gotas no oceano. "Que diferença faz nesse mundo imenso, cheio de pessoas como eu e diferentes de mim?" Mas se as pequenas ondas que minha gota projetar chegarem a alguém que se sinta motivado a lançar uma gota a mais, a vibração da água aumentaria. E se essas duas gotas se transformassem em três, as ondas seriam maiores ainda. Bom, não vou ficar descrevendo números até chegarmos a uma onda gigantesca que seria capaz de causar grande impacto, pois creio que você já tenha entendido.

Certamente estou falando de boas atitudes, apesar de isso já acontecer com efeito inverso. Somos atacados diariamente com ondas opressoras, cheias de mal fantasiado, que destroem sem hesitação e nosso papel(falo de quem aceitar como sua a responsabilidade por seu lar,seu corpo, seu papel...)é agir de maneira que as ondas não sejam destrutivas, mas construtivas. Seria isso possível? Com metáfora, metonímia e algo mais tudo é possível. É só acreditar, o que não é simplesmente só!

(Mesmo porque as ondas não são formadas por gotas, mas por um efeito natural: o vento. [Veja explicação científica] )

Mas com esse pensamento encorajador de que podemos fazer algo para mudar a realidade em que vivemos, gostaria de finalizar esse texto contando uma história.


Imaginemos uma floresta onde todos os animais vivam em paz e conversem uns com os outros.

Vamos lá. Conto com sua criatividade! Imagine MESMO, cada animal, cada árvore, cada flor, forme a floresta em sua mente!

“Ao entardecer de certo dia, todos os animais começaram a correr,
fugindo de um GRANDE INCÊNDIO.

E naquele momento, uma cena muito estranha acontecia:

Um beija-flor voava do rio ao fogo, levando gotas d'água

em seu pequeno bico, tentando amenizar o grande incêndio.

O elefante, admirado com tamanha coragem, chega e pergunta ao beija-flor:


- Beija-flor, o senhor está ficando louco? Não está vendo que não vai conseguir apagar esse

incêndio com gotinhas d'água? Fuja enquanto é tempo!


E o beija-flor responde:

- Sei que não é possível apagar este incêndio apenas com gotas d’água, mas sei também que isso não é problema só meu. Eu estou fazendo a minha parte! Esta floresta é meu lar, e não se abandona um lar antes de lutar para salvá-lo!”


Lembre-se sempre: É possível, você faz a diferença!!!

Mas lembre-se também: Isso tudo não é na sua própria força. Se tentar assim você só vai acabar cansado e decepcionado,como muitos que tentaram e não mudaram nada. Há um segredo. Busque! Pense!!